sábado, 12 de janeiro de 2008

Janela Aberta

AS POESIAS QUE SEGUEM FORAM FEITAS DURANTE AS AULAS POR MEUS ALUNOS. MAS, O PROCESSO DE LER, RELER, CORTAR, TROCAR PALAVRAS FOI FEITO POR MIM, JUNTO COM CADA UM. (CONSIDERO-ME, POR ISSO, CO-AUTORA DE CADA UMA DELAS.)



Pela Janela

Abro a janela
e vejo como
minha cidade
é bonita
Não é preciso
ter olhos apurados
de artistas
para ver

a beleza
das montanhas
das árvores
das casas
das pessoas
desse lugar
a natureza
o céu azul
que se esconde
atrás
da luz intensa
do sol
e ver que
a beleza dessa cidade
ultrapassa o seu tamanho.


É BELO
É belo o canto dos pássaros
a voar nas montanhas,
o cheiro das plantas
nos jardins e nos quintais,
a brisa noturna,
a neblina friinha,
a água das nascentes
o breu da noite
me trazendo medo,
o som das águas do rio
na praia a tardezinha,
o cheiro do café torrando
na casa de minha vó,
o vento de manhãzinha
que esfria meu coração
a chuva de madrugada
que molha a terra
e acalma a minha vida,
tudo é belo na minha terra!









O rio Santo Antônio


Traz de cada lugar
Belezas e mistérios...

Às vezes leva tristezas...


Quem nele se banha
Leva o prazer e a saudade
Dos mergulhos relaxantes.

É lugar de liberdade!




AQUARELA DAS JANELAS ...



Em minha cidade
é preciso muito pouco
para se distrair.
Arranje uma boa janela
e voe em seu amanhecer.
Passarinhos a cantar,
a gente indo trabalhar,
o orvalho da manhã
nas plantas a cair
luzes abrindo-se em lençol...
Ao pôr-do-sol
as montanhas
misturando ao céu
verde laranja azul sombras
Assim é aquarela das janelas
de minha cidade.


HOSPITALIDADE

Uma mesa sempre posta
com café feito na hora
pão de queijo
saindo do forno
e aquele bolo...
Hum !!!
Que vontade que dá
Comer delícias
Lá da minha cidade do interior!




UM JEITO MUITO SEU

O povo de minha terra
tem um jeito muito seu.
As pessoas vão se juntando
“como quem num quer nada”
pra falar da vida,
pra falar de Deus,
pra falar do povo,
pra falar da rua,
pra falar dos políticos,
pra falar da festa,
pra falar do vizinho,
pra falar da Maria e do João.
Falam o tempo todo,
falam de tudo,falam de todos,
sabem de coisas que até Deus duvida.



OS CASARÕES DE SANTO ANTÔNIO


Ah! Os casarões de Santo Antônio
são antigos e belos.
Guardam histórias
e raízes de muitas gerações.


QUINTAIS
Quintais da minha cidade
tem gosto e tem cheiro...
No pomar reina a beleza
na imensidão dos arvoredos
com muita luz e calor.
As frutas dão o sabor
delícias naturais
cultivadas com amor.


JEITO DA NOSSA GENTE
__Como vai?
__Tudo bão.
__Chega pra cá.
Vamo tomá um cafezinho
com queijo e bolinho.
__Vamo ali?
__Chego lá já.
__Vem cá!
__Já lá vô.
__Põe pra enxugar.
__Vai divagarinho...
__Vai sô!
É o jeito mineirinho
é o jeito santantonense
é o jeito da nossa gente.



BELEZAS

O rio Santo Antônio
Tem belezas que encantam.
O verde imenso a margeá-lo
Traz a brisa e seu frescor.

Em suas profundezas
Vêem-se montanhas refletidas.
Lentamente correm as águas
Suave som em
Harmonia com a natureza.

Nasce na Serra do Espinhaço
Faz seu caminho
Traça sua história
Constrói suas curvas
Cria seu espaço.
Corre solto
Respira liberdade
Enche vales
Contorna montanhas
Corta cidades.
Vem do alto correndo
Com as pedras debatendo
Para em suas margens repousar.
Engole rios
Recebe nascentes
Precipita-se em cachoeiras
Reforça-se em correntes
Vai se curvando
Em meio à mata
Se contorcendo como serpente
Vem mostrando seu poder
De líder imponente
O belo Santo Antônio.

AS ÁGUAS RIO
A
B
A
I
X
O

Dentre as pedras
Descem as águas
Cidade abaixo
Em Santo Antônio do Rio Abaixo.

Beleza sem igual
Fazendo curvas
Entre as pedras
Em verdes margens
Vai indo o Rio Santo Antônio
Banhando cidades
Deixando encantos...

O rio Santo Antônio vem
Cortando a imensidão
Vales e colinas
Por entre pedras que encantam
E suas águas que cantam
Nas belas cascatas.






ALFABETO DO RIO SANTO ANTÔNIO
A – água é a riqueza da vida.
B – bebida natural se limpa for.
C - coração da nossa cidade.
D - diversão no verão.
E – equilíbrio do clima.
F - famoso pelas praias e cachoeiras.
G – gigante pela natureza.
H – herança divina.
I - imensa beleza.
J - jamais será poluído se o povo colaborar.
L - lugar de descanso da mente.
M – magia.
N - natureza viva.
O - orgulho do santantonense.
P - pedras grandiosas.
Q – quedas d’água a descer espigões.
R - respeito à desova dos peixes.
S - sossego das capivaras.
T - turismo.
U – um caminho dos bandeirantes.
V - vida!
X– xodó – o nosso xodó!
Z– zelo – é nosso dever!
IMAGINE
Represa chegando...
Cachoeiras sumindo
terras engolidas
pastagens desaparecendo...
Represa chegando...
e os moradores já idosos
acostumados a seu lugar
com o barulho do rio
com a pesca...
Indo para onde, meu Deus?
Não vão se acostumar!
Represa chegando...
Andirá se extinguindo...
(Você sabia que esse peixe só existe em nosso rio?)
Represa chegando...
A água não vai mais correr
e os peixes predadores
a festa vão fazer.
O Rio santo Antônio é a vida de seu povo!
Não quero ver a represa chegar.

Águas

Águas sem pressa
Águas depressa
Águas de vida
Águas vividas
Águas poluídas
Águas feridas
Águas águas águas
Águas que vão águas
Socorro!


LUGAR ENCANTADO

Tudo começa ao amanhecer.

O galo canta,

Homens e mulheres se levantam

Cada um procura o que fazer.

Homens vão roçar,

Moer cana ou tirar leite.

Mulheres para o fogão

Coam café, cuidam da horta,

Do leite fazem queijo,

Requeijão ou mussarela.

As crianças chupam cana

Também pescam e nadam

Nas águas limpas do ribeirão

Enquanto os pais trabalham.

E assim vão se divertindo.

É mais um dia que passa

Nos arredores da pequena cidade

Que parece um presépio.

As montanhas entreabertas

Recebe o sol se pondo

Os animais vão se recolhendo

A noite se expondo

E no céu as estrelas vão chegando.



FOGÃO DE LENHA


O fogão de lenha
Queima a lenha
Faz a brasa
Faz a comida
Deixa a cinza.

O fogão de lenha
Faz o doce
Faz o feijão
Faz o arroz
E o macarrão.

O fogão de lenha
Alimenta a vida
Esquenta a marmita
E os namorados
Bem apaixonados.

Fogão de lenha
Mantém a chama
Queima as dores
E seus dissabores
Acende os amores.


(RE)INAUGURAÇÃO

Com barro branco e agilidade

Aos poucos se renova o fogão


E depois de barreado
Está pronto para a função.
De manhã
Das cinzas saem as brasas
A fumacinha subindo
Um cheiro de café
Anuncia a hora de levantar

E inaugura-se o fogão
Com gosto e cheiro de roça.


CASAS


Casas e histórias
Casas de fazer
E renascer
Casas de memórias
Casas de felicidade
Enfeitam a minha cidade.

Casas com pomar
Mas agora não da pra rimar
Porque aqui não tem mar
Mas se você achar que sim
Com você não vou teimar.


LEMBRANÇAS

Que maravilha
Sentar às sombras
De imensos pés de manga
E lembrar dos tempos
Que éramos crianças!

De manhã
O vento frio
A incomodar.
Então o sol vem
E tudo parece esquentar.
Escondendo entre bananeiras
Subindo em árvores
Brincando na gangorra
Não vejo o tempo passar.

Devagarzinho eu vou
Com cuidado pra não me estrepar
E na vida vou pensando
Como é doce meu pomar
Que me faz ser criança outra vez!



Caminhos e trilhas
Praias e cachoeiras
Ipês e quaresmeiras
Caminhos de minha terra
Encantos de meu olhar!




Espelho a refletir
a beleza das matas.
Rio a gerar vida
Uma pedra
Uma cascata
Uma flor
Um amor
Pequenos detalhes
São os encantos dessas águas.

O rio

A praia
O verde
Os pássaros
As pessoas
A cidade
Tudo isso é ecossistema
Tudo é vida
Em torno do Rio Santo Antônio
O nosso lar.

MINHA CIDADE


Amo minha cidade,
suas plantas
com paisagem
com vida.

Amo minha cidade
sua tranqüilidade
sua liberdade
seus hábitos.

Amo minha cidade
por ser assim, como é.


Da janela dá para ver
O sol ao amanhecer
E a lua ao escurecer

Da janela dá para amar
O passarinho cantar
E a Joana passar

Da janela dá para sentir
A chuva mansinha
E o vôo da andorinha

Da janela dá para perceber
A fruta amadurecer
E o menino correr para comê-la

Tanta coisa assim
Na minha janela
Só para mim!


NA ROÇA


Não se vê mais fauna nem flora

Quando anoitece lá fora.

As casas vão dormir

E eu, sozinho, sem ter aonde ir.

Meu rumo é a varanda

Sinto a lua e as estrelas...
Para que companhia melhor?
Agora não me sinto mais só.



Um sonho...
Vida simples
Muito verde, ar puro.
Uma casinha, varanda.
Um rio, água pura
Leite in natura.
Cavalgar.

Viver.