Trabalhar com literatura é maravilhoso! É um aprender com alma - apreender os detalhes que nos rodeiam e passam despercebidos na rotina diária... EIS O RESULTADO: ALUNOS POETAS, ALUNOS CRONISTAS, ALUNOS ESCRITORES! ...................................................................................................................................
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
RECITAL -SEGUNDA PARTE
MEU OLHAR ATENTO
PERCORRE A CIDADE
COMO VENTO.
ENCONTRA MONTANHAS
DE TODAS AS FORMAS
PARA SE ADMIRAR.
E EM TODO LUGAR
A LEVE BRISA
BALANÇA FOLHAS
PRA LÁ, PRA CÁ.
MÁRCIA CRISTINA (6º ANO, 2010)
TEM PEDRA QUE PARECE PILÃO
PRA PULAR TEM PAREDÃO
TEM CACHOEIRA
TEM ILHA
LÁ NA PRAINHA.
VLADIMIR (6º ANO, 2010)
O ASFALTO CHEGA
LONGAS ESTRADAS VÃO COMEÇAR
SERÁ O CAMINHO DO INFINITO?
RAFAELA (6º ANO, 2010)
A ÁGUA É CRISTALINA
O VERDE DAS ÁRVORES
UM TOM DESLUMBRANTE
PESSOAS PASSAM
PÁSSAROS SOMBRAS
AR REFRESCANTE
O GRAMADO DERRAMA CORES
FLORES, SOL , VIDA.
RAFAELA (6º ANO, 2010)
O RIO DESCENDO
PREGUIÇOSAMENTE...
FOLHAS CAINDO
FLORES RENOVANDO
CASAS CRESCENDO
PÁSSAROS BRINCANDO
SINTO O AR LEVEMENTE
A ENCOSTAR EM MIM.
GUSTAVO RODRIGUES (6º ANO, 2010)
BEM-TE-VI, FAZENDEIRO, CANARINHO
TODOS SOLTAM AS VOZES
NA CANTORIA
DE BEM COM A VIDA.
VACAS BOIS E BEZERROS
SOLTAM SEUS BERROS.
CACHORROS ATRÁS DOS CAVALOS
ACELERADOS PELO PASTO.
ÁGUAS BATENDO NA PEDRA
FORMAM CACHOEIRAS
PEIXES DESCEM NA CORREDEIRA
E PRO RIO VÃO.
ESCURECE.
OS PÁSSAROS SOLTAM O ÚLTIMO CANTO.
APENAS OUÇO O SAPO MARTELO MARTELANDO...
E DE MANHÃZINHA
O GALO CANTA
A NEBLINA BAIXINHA,
O FRIO GELADO
LARGO A CAMA QUENTINHA
E VOU SENTAR NO FOGÃO À LENHA.
TOMAR CAFÉ
E UM NOVO DIA COMEÇAR.
PÂMELA (6º ANO, 2010)
NA ROÇA
TEM CARROÇA
GARNIZÉ CANTANDO
PÁSSAROS ASSOBIANDO.
NA ROÇA
TEM CACHOEIRA
QUE MOSTRA SUA BELEZA
BEM NO MEIO DA NATUREZA.
NA ROÇA
TEM RIO TEM PEIXES
TRAÍRA, TIMBURÉ, TILÁPIA
CASCUDO E CARPA.
DA MINHA JANELA
EU VEJO O MUNDO
VEJO A FLORA E A FAUNA
E NO MEU OLHAR
FICO A GRAVAR
A BELEZA DO LUGAR.
É A SERRA SEMPRE
EM CURVA
MUDANDO DE JEITO
E DE FORMA
SEMPRE SE MISTURANDO
COM A NEBLINA.
SEM SABER ME PERCO
NESSES ENCANTOS
DE MEU OLHAR
MISTURANDO A VIDA E A ALMA
NESSE LUGAR.
JOELMA (6º ANO, 2010)
TODO DESEJO
DE QUERER VIVER.
AS MONTANHAS ALTAS E PEQUENAS
CADA UMA COM SEU JEITINHO
DE ENCANTAR.
O CHÃO, O RIO, AS FOLHAS
OS PÁSSAROS, AS CRIANÇAS
TUDO É CALMO.
AQUI PASSA O SORRISO DA VIDA.
JOELMA (6º ANO, 2010)
COM O CANTO DOS PÁSSAROS
O SOL COMEÇA A CLAREAR
E A NEBLINA VAI SUBINDO.
AS VACAS DESCEM
PARA O CURRAL
VÃO DAR O LEITE
PARA EU BEBER.
VOU CUIDAR DAS GALINHAS
RECOLHER OS OVOS
NA HORTA AS VERDURAS AGUAR.
E AGORA NA MINHA GANGORRA BRINCAR
É ASSIM O MEU VIVER.
MARCENÍLIO (6º ANO, 2010)
LEVEMENTE
ENROLANDO PELAS PEDRAS
COMO GOTAS DE CRISTAL
CAINDO DO CÉU
VEM DESCENDO
A CACHOEIRA DO CRISTAL.
MARIA LUIZA (6º ANO, 2010)
A CIDADE
AS CASAS
O RIO SANTO ANTÔNIO
EM TORNO - AS MONTANHAS
A LIBERDADE
A TORRE DA IGREJA
PESSOAS DE BEM COM A VIDA
ENERGIA QUE CONTAGIA
DESPEJA PRAZERES PELO AR.
RAFAELA (6º ANO, 2010)
UMA VOLTA PELO ALTO
LÁ NO ADRO DA IGREJA
VOU LENDO A NATUREZA
O SOL BRILHANDO
O SABIÁ CANTANDO.
NATUREZA APERFEIÇOADA
MULHER MORENA
NA REDE DEITADA
NA VARANDA DE SUA CASA.
E UM CAMPINHO
PARA O MEU FUTEBOL
É TUDO QUE QUERO
NESSE LINDO LUGAR.
LUAN (6º ANO, 2010)
E ESTIVE NO PONTO MAIS ALTO DA CIDADE
DE LÁ EU VI UMA GRANDE PAISAGEM
FOI UMA GRANDE VIAGEM!
DE LÁ VI TODA A CIDADE
ME DEU UMA VONTADE
DE FAZER UMA POESIA
COM ESSA MARAVILHA.
EU VI MARAVILHAS
O RIO LÁ DO COMEÇO
DESCENDO PELA CIDADE COM SUAS CASINHAS
RODEADA DAS MONTANHAS.
GRANDES MONTANHAS -
ATÉ PARECE CHEGAR AO CÉU.
SAMUEL (6º ANO, 2010)
VISTA LÁ DO ALTO
É UMA CIDADE PEQUENINA
CERCADA DE GIGANTES MONTANHAS
AS PESSOAS SÃO FORMIGUINHAS
O RIO É UMA LINHA
QUE PASSA PELA CIDADE INTEIRINHA
COM O VERDE LHE FAZENDO COMPANHIA.
ENCANTOS
MINHA TERRA TEM
UM VENTO BEM LEVINHO...
MONTANHAS, FLORESTAS,
AMIGOS DO PEITO
QUE NOS TRAZEM CARINHO.
MINHA TERRA TEM
PASSARINHOS SOLTOS,
LIBERDADE E TRANQUILIDADE.
PASSARINHOS SOLTOS,
LIBERDADE E TRANQUILIDADE.
FRUTAS BEM GOSTOSAS
E UM POVO CHEIO DE HUMILDADE.
MINHA TERRA TEM A PAZ DO RIO
A ENCANTAR...
PEIXES PULANDO,
FAZENDO ACROBACIAS
FAZENDO ACROBACIAS
PARA COMEMORAR.
CADA DIA, MINHA TERRA CRESCE MAIS,
ELA TEM RIQUEZAS GENIAIS!
JÉSSICA, 5º ANO, 2010
BELEZAS NATURAIS
DE ENCANTOS MIL
SANTO ANTÔNIO DO RIO ABAIXO
MELHOR LUGAR DO BRASIL.
MELHOR LUGAR DO BRASIL.
A CACHOEIRA DO CHUVISCO
DELA UM POUCO VOU DIZER
QUEM POR LÁ PASSAR
NUNCA VAI SE ESQUECER
A CACHOEIRA DO CRISTAL
VERDADEIRO PARAÍSO
NA SERRA MAIS ALTA DO LUGAR
QUASE SE ENCONTRA COM O LUAR.
O LUGAR É PACATO
AS PESSOAS DE RESPEITO
TODOS AQUI CONVIVEM
SEM NENHUM PRECONCEITO
A ESCOLA ESTADUAL
QUER SEMPRE AVANÇAR
PARA A NOSSA EDUCAÇÃO
CADA DIA MELHOR FICAR.
LÍDIA, 5º ANO – 2010
LUGAR ESPECIAL
O LUGAR ONDE VIVO
É MUITO ESPECIAL
TEM UM JEITO TODO SEU CHEIO DE MAGIA NATURAL
É MUITO ESPECIAL
TEM UM JEITO TODO SEU CHEIO DE MAGIA NATURAL
TEM PARAÍSOS NATURAIS
PARA A GENTE DESCANSAR E PESCAR
BELAS CACHOEIRAS
PARA TURISTAS APRECIAR
PARA TURISTAS APRECIAR
DUAS ESCOLAS PARA ENSINAR
DUAS IGREJAS PARA REZAR
E A QUADRA DE ESPORTES
PARA TUDO SE FESTEJAR
DEUS NOS DEU ESTE LUGAR
QUE OUTRO NÃO TEM IGUAL
OBSERVE TUDO COM CARINHO
VEJA SUA BELEZA NATURAL
( RHICIANA PAULA- 5º ANO – 2010 )
LUGAR PERFEITO
O LUGAR ONDE VIVO
TEM UM POVO HOSPITALEIRO
UM CAFEZINHO FORTE
E UM QUEIJINHO MINEIRO
O LUGAR ONDE VIVO
TEM BELEZAS DE MONTÃO
ESTE LUGARZINHO DE PAZ
MORA NO MEU CARAÇÃO
A BELEZA DESTE LUGAR
ENCANTA E FAZ SONHAR
ESTE É O MEU CANTINHO
AQUI EU TENHO MEU LAR
A NATUREZA É PERFEITA
MONTANHAS, VERDE E ANIMAIS
OBSERVE O AMANHECER...
NÃO ESQUECERÁS JAMAIS.
JOSSIANO, 5º ANO- 2010
MINHA CIDADE
CIDADE PEQUENINA
OS TURISTAS VEM VISITAR
COM SEUS RIOS E CACHOEIRAS
PARA TODOS ENCANTAR
NOSSO SANTO PADROEIRO
ABENÇOANDO AS CRIANÇAS
AUMENTANDO NO LUGAR
A ALEGRIA E ESPERANÇAS
A IGREJA COLONIAL
É MESMO UMA DELICADEZA
É MESMO UMA DELICADEZA
CERCADA DE MONTANHAS E FLORES
O QUE AUMENTA SUA BELEZA.
Ó POVO DE SANTO ANTÔNIO
CUIDE BEM DESTE LUGAR
NÃO DEIXE MORRER A CULTURA
QUE TANTO NOS FAZ ORGULHAR
FABIANA – 5º ANO – 2010
LUGAR DE PAZ
QUANDO OLHO PELA JANELA
ESTA LINDA PAISAGEM FICO A ADMIRAR
PÁSSAROS A CANTAR, RIO A CORRER
LINDAS BORBOLETAS A VOAR.
NA HORA DE ALMOÇAR
TEM FRANGO COM QUIABO
ARROZ E FEIJÃO PARA ACOMPANHAR
UM DOCINHO DE LEITE NÃO PODE FALTAR
VEM A TARDEZINHA, NOITINHA
O SOL VAI SUMINDO NO HORIZONTE
NA HARMONIA DO LUGAR
OBSERVO AS ESTRELAS E O LUAR
O FRIO DA MADRUGADA
ESFRIA MEU CORAÇÃO
COMO UM TOQUE DE CARINHO
SINTO O CHEIRO DO CAFEZINHO.
RAFAELA, 5º ANO – 2010
ADMIRAÇÃO
ESTE LUGAR QUE EU VIVO
É MESMO DE SE ADMIRAR
O MUNDO EMBELEZA...
COLORIDAS FLORES, CAMPOS E BOSQUES
FAZ DO LUGAR O MAIS LINDO QUE HÁ.
O LUGAR ONDE VIVO
TEM UMA GRANDE PONTE
QUEM NELA ATRAVESSA DESCOBRE O HORIZONTE.
TEM UMA GRANDE PONTE
QUEM NELA ATRAVESSA DESCOBRE O HORIZONTE.
UM RIO LINDO QUE ENCANTA O OLHAR.
CAMPOS E BOSQUES
NOITES CALMAS DE LUAR.
( WIGO – 5º ANO -2010 )
COISINHAS DE MINHA TERRA
AQUI ONDE EU VIVO
TEM MUITAS ÁRVORES,
MUITAS CORES E MIL AMORES
MINHA TERRA TEM FRONTEIRAS
BANANEIRAS, PRAIAS E CACHOEIRAS
NA MINHA TERRA TUDO QUE SE PROCURA,
ACHA...
LIBERDADE, TRANQÜILIDADE
ATENÇÃO.
POR ISSO, MEU SANTO ANTÔNIO QUERIDO,
VOCÊ MORA NO MEU CORAÇÃO.
( MATEUS – 5º ANO – 2010)
LUGARZINHO ESPECIAL
O LUGAR ONDE VIVO
TEM LINDAS MONTANHAS.
PRECISAMOS PRESERVAR
A NATUREZA AMAR.
O RIO É UMA BELEZA
FAZ PARTE DE NOSSA HISTÓRIA .
ELE DESCE COM ELEGÂNCIA
ENFEITANDO A MINHA INFÂNCIA!
FAZ PARTE DE NOSSA HISTÓRIA .
ELE DESCE COM ELEGÂNCIA
ENFEITANDO A MINHA INFÂNCIA!
O CHEIRO DE MATO GOSTOSO,
ABELHAS NOS MATAGAIS.
O AMANHECER NAS SERRAS
NÃO ME ESQUECEREI JAMAIS.
( TADEU – 5º ANO – 2010)
NÃO DÁ PARA ESQUECER
DESTE LUGAR
NÃO DÁ PARA ESQUECER
O CÉU AZUL ANIL
NATUREZA DE ENCANTOS MIL.
O VENTO COM SUA LEVEZA
VARRENDO TODA A IMPUREZA
É SÓ OLHAR E VER, LUGAR MAIS BELO
PARA VER O SOL NASCER.
A SOMBRA DE GRANDES ÁRVORES,
O CHEIRO DA NATUREZA.
JANELAS ABERTAS PRA VER
A FLOR FLORESCER
CRIANÇA BRINCAR
E O NASCER DO LUAR
ACORDAR DE MANHÃ
OLHAR A LARANJEIRA ONDE CANTA O SABIÁ.
ESTE É MEU LUGAR, ONDE QUERO PARA SEMPRE MORAR.
( LETÍCIA – 5º ANO – 2010 )
LUGAR PERFEITO
O LUGAR ONDE VIVO
É MUITO ESPECIAL
TEM DE TUDO UM POUQUINHO
SABEDORIA DO POVO,
HARMONIA NA NATUREZA
CASARÕES CHEIOS DE HISTÓRIAS
CACHOEIRAS, CÉU AZUL.
POMAR COM CHEIRO DE FRUTA NO AR.
LOGO DE MANHÃ
CAFÉ QUENTINHO NA MESA.
E SE O CALOR CHEGAR
TEM A PRAIA PARA REFRESCAR.
SE QUISER REZAR
VAI ENCONTRAR NA COLINA
A IGREJA DE UMA TORRE SÓ
QUE FAZ A FÉ AUMENTAR.
DIEGO – 5 º ANO, 2010
CIDADE FELIZ
EXISTE MUITA FELICIDADE
CRIANÇAS BRINCANDO
E PESSOAS TRABALHANDO
TODOS VÊM ESTUDAR
OS EDUCADORES SE ESFORÇANDO
PARA EDUCACAO MELHORAR
UM RIO COM CACHOEIRAS PESSOAS SEMPRE GENTIS
MINHA CIDADE FAZ PARTE
DE UM MUNDO MUITO FELIZ.
WILSON MARCELLO . 5 ANO 2010.
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poesias dos alunos - 5º e 6º anos
RECITAL - PRIMEIRA PARTE - poesias do JOÃO HUGO DE MOURA
RECITAL DA JOSÉ MADUREIRA
O 5º e o 6º anos inspirados na proposta da OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA, poetas da escola, têm o prazer de MOSTRAR nesse recital o tanto de encanto que a poesia anda lhes proporcionando .
Nosso recital compõe-se de duas partes: primeiro vamos deliciar-nos com os versos de JOÃO HUGO DE MOURA, poeta nascido ali em São Sebastião do Rio Preto e que reside há anos lá no sul do Brasil em Balneário de Camboriú, Santa Catarina.
Depois será a vez dos alunos mostrarem que também são poetas – na segunda parte ouviremos poemas produzidos durante as aulas nos meses de junho e julho.
MINAS E SEUS POETAS
... JOÃO HUGO NUM DE SEUS POEMAS refere-SE A DOIS GRANDES NOMES DA POESIA E NOS APRESENTA a si próprio: ANJOS DE MINAS (Carlos Drummond de Andrade, de Itabira; Adélia Prado, de Divinópolis e ele - João Hugo).
Quando ele nasceu
Um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: vai, ser gauche na vida.
Quando ela nasceu
Um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta
Anunciou: vai carregar bandeira.
Quando eu nasci,
Um anjo de bem com a vida
Disse: vai, vai viver a vida.
Fazendo barulho
águas pulam
das pedras
e brincam
de fazer bolhas
Sombras dançando
pedrinhas vaga-lumeando
Caem folhas
e estouram
bolhas
Formigas saltam
em pranchas-para-quedas
e saem a navegar
Aranha tece rede pra pescar no ar
Na pista d’água
mosquitinhos a patinar
pra lá
e pra cá
Sabiá tomou banho e tá todo perequeté
Passarinho passou
e cagou
Peixinho foi ver se era comida
e era
Perereca faz de conta que é folha
Cobra passou e nem viu
Pau caiu e virou ponte
Trenzinho de folhas não pára de passar...
LEMBRAM-SE DOS ANTIGOS GIRAUS CHEIOS DE PICUMÃ NAS COZINHAS DAS FAZENDAS DOS AVÓS? ISTO É, DOS SÓTÃOS ONDE... VAMOS NOS VERSOS DE HUGO
A sós, no banco da velha cozinha;
Como um cão em sentinela,
Espiava, o sótão da fazenda.
Da construção rústica
E escuro de fazer medo,
Pairava sob o teto.
Mas o sentimento aventureiro foi maior
Pois, na certa, lá estariam:
Rapadura e AMENDOIM
- SABOR DE pé de moleque.
Não me contive
E atirei-me escada acima.
Mão na massa,
Ouvi um ruído nas tábuas do assoalho;
Era o caminhar familiar de minha avó
Que se aproximava.
O sermão era certeiro:
_Menino levado! Não faça extravagâncias!
Menino! Não coma demais!
Menino! Você vai adoecer!
Mistura faz mal!
Menino! Você vai adoecer!
Mistura faz mal!
Sufocado pela fumaça,
Encolhido junto ao picumã,
Esperava a liberação da área.
Através das frestas do telhado
Pude sentir que, lá fora,
Um dia ensolarado me aguardava.
Era uma questão de tempo
Para cobrir de êxito
Mais uma emocionante travessura.
E NOS QUINTAIS...
Cantam galos cacarejam galinhas
Gorjeiam pássaros zumbem insetos
Em festa, o quintal desperta.
Oi assanhaço sabiá sibim
Ei pomba-rola juriti
Bom dia bem-te-vi
Jambo jaca jabuticaba
Laranja lima limão
Melão manga mamão
Guacho, gralha gaturamo
Pássaro-preto beija-flor
Papa-arroz fogo apagou
Quintais das bananeiras e laranjeiras
Quintais urbanos, quintais rurais
Arlequinais quintais de mulheres faceiras
Quintais que amam e sonham
Segradam e espreitam
Quintais de infância
Quintais de artes gerais
Fundos de quintais
Onde solitários em paz
Soltamos nossos profundos Ais!
E LÁ NOS ARREDORES DAS FAZENDAS
Pila pilão
Planta Maria, planta João
Pila pilão
Capina Maria, capina João
Pila pilão
Colhe Maria, colhe João
Pila pilão
Peneira Maria, peneira João
Pila pilão
A mão que lavra a terra é a mesma que faz o pão
Pila pilão
A vida é só plantar colher comer
Pila pilão
Soca a vida que te é um soco
Pila pilão.
E PESCAR ... COSTUME TÃO BANAL POR AQUI, NÃO É?... O QUE MESMO QUE SE PESCA?
Sentado na pedra, chapéu de palha,
Caniço na mão, cachimbava...
Lânguidas e repelentes baforadas
Algo beliscava... beliscava...
O velho pouco se importava.
Na flor d’água o olhar absorto...
Talvez projetasse na tela líquida
Algum replay da vasta vida.
Uma vida inteira... é tanto talvez
É talvez nada.
Algo se evidenciava: não era o peixe
O que mais interessava àquele velho pescador.
Num vale qualquer,
No meio de um quintal,
Uma casa...
Tudo em volta era verde
- verde também minha existência.
Da varanda,
Alguns transeuntes:
Boiadeiros... lavradores...
Meninos de escola...
Meu mundo era tão pequeno,
Tão bobo,
Tão bom...
Há um rio em mim.
Eu serei sempre esse rio.
Já passei por tua cidade,
Vou pelo mundo.
As forças que me impulsionam
Ninguém sabe, ninguém vê
Mas eu sinto.
Recusar o poder de mandar
Poder de explorar o próximo
Poder de matar
Poder de poluir
Poder de exterminar
Poder de oprimir
Podres poderes
Poder...
Dessa múltipla, difusa,
Visível e invisível moldura de nossas vidas,
Eu queria apenas o pode de viver:
AMAR e CONHECER.
Do alto, o menino contemplava a cidade.
Ali sentado se enveredou
Pelas ruas de sua infância...
A igreja velha, morada dos morcegos,
As casas abandonadas... – corre corre!
- esconde esconde! – já vou eu! – pude! – pique!...
Os quintais, quintais das pitangas e mangas alheias...
A bomba no bueiro debaixo da lata... BUMM!...
..............................................................................
Ali, horas e horas, naquele enleio de reminiscências,
O menino percebeu: a cidade mudara
E ele, morava agora no corpo de um homem.
MORAVA NO CORPO DE UM HOMEM ... MAS UM
Eu apenas escrevo
Contraponto, contrassenso, falta de senso.
Eu sou um bicho do mato
Nascido no Mato Dentro das Gerais.
Mato não tem mais.
Sou um bicho do sem mato
Que se recusa a se domesticar.
E O QUE É SER POETA, JOÃO HUGO?
Ser poeta é
Negar o nada
Combater o caos
Revelar o inconsciente coletivo
Transcender a semiótica
Comunicar o incomunicável
(A cor do Invisível, Claro Enigma)
_Ser poeta é sina
E o resto é silêncio.
E DO AMOR NOSSO DE CADA DIA, O QUE ELE DIZ?
Quando questiono meu estar no mundo
E lá vem você:
Com o pão, o leite
E um beijo,
Eu me perco em vida.
O amor é tão simples, tão tolo,
Tão essencial!
AGORA UM HINO DE AMOR À VIDA!
Ó terra, ventre fecundo
Ó sol, pai das cores
Água espelho de tudo
Vibram meus olhos
Vibra meu sangue
Vibram meus ossos
(Um belo dia resseca até ressentimento)
Quero alegria e leveza
Quero simbiose
De cabras e garças
Quero cheiro de manga caindo de madura
Quero o gosto das coisas no ponto
De vós, sobre nós, amo vosso manto azul
Sabendo que amanhã serei cinza.
Desejava escrever algo
Para Maria.
Tentava, tentava
E não conseguia.
Descobri o que se passava:
Maria já é poesia.
De sua existência sofrida e vivida,
Ela só mostra alegria.
Como entender poesia
Se não há educação para a poesia?
Como entender poesia
Se não há educação para a sensibilidade?
Como entender poesia
Se não há educação para a vida?
Para entender poesia
Basta um caso de amor com a vida.
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