quinta-feira, 16 de setembro de 2010

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA - 2010

EIS NOSSOS REPRESENTANTES NA OLIMPÍADA  DE LÍNGUA PORTUGUESA:
NA CRÔNICA  - WÁLACY,
EM MEMÓRIAS LITERÁRIAS - LAURA MORAIS ,
NA POESIA - TAYNARA,
E EU - APARECIDA - A PROFESSORA DESSES TALENTOSOS ALUNOS!!!!!!!!

           
Orquestra na roça

Wálacy
      O amanhecer na roça se transforma em uma disputa de cantos entre belos galos  com suas posturas de reis do terreiro. Galos jovens, galos mais velhos ou até garnisés, formando uma orquestra de melodias diferentes com a magnitude de tantas vozes afinadas.
                Eu não conseguia definir qual canto era o mais perfeito. Observo a serenidade do pequeno galinho garnisé e a imponência do grande galo índio com seu canto curto e grosso, não muito afinado mas com uma característica diferenciada. São  vários galos na disputa: o músico, o garnisé, o índio, o pedrês, o gigante zabrão, o rabichara, o comum...
                Depois de ouvir essa mistura de cantos por mais de horas, ora um, ora outro, ora vários ao mesmo tempo, considerei que o belo galo músico ganhara a disputa com seu canto comprido levando o bico ao chão, ficando quase dois minutos sem parar de cantar. Seu esplendor, a sua postura de rei juntam-se a seu magnífico canto que suavemente passa pelos meus ouvidos e me deixa alegre por ter acordado admirando lindas canções compostas pelos galos, sendo todos cantores natos, profissionais!

Wálacy  Vieira Gomes, 9º ano – 2010


                        PELAS ESTRADAS

Laura e Aparecida
           Enquanto meu avô contava-me suas histórias, passavam imagens em minha cabeça parecendo que eu estava junto dele nesta incrível viagem...
           “A hora da partida se aproxima. Inquietação total. Ouvia-se o toc-toc das patas dos cavalos a bater nas pedras do calçamento da rua principal onde reuníamos para  pegar a estrada. Era pouco mais das três da manhã.

Era o meu primeiro dia de tropeiro. Tudo pronto: o alforje, a capa de chuva, espora, chicote...Ia um ou dois cargueiros levando as panelas, a carne seca, o feijão, a farinha, as cobertas, umas redes de dormir e outras coisas necessárias para nossa viagem.Cada tropeiro procurava enfeitar mais a sua montaria com pelego, peitoral, rabicho, porta-capa de babado  - era uma competição de ornamentos.Já estávamos prontos e em poucos minutos estaríamos percorrendo as estradas levando mais uma tropa para ser negociada em São Paulo – eram mais de trezentos  animais entre burros, mulas e jumentos. Fomos saindo passo a passo...
Seriam quarenta dias consecutivos de viagem, quarenta noites dormindo pelas estradas, em fazendas já acostumadas a receber tropeiros na ida e volta de suas longas viagens. Em algumas dormíamos em paiol, em outras na varanda, ou em quartinhos destinados aos empregados, até mesmo na coberta do curral. Nossas refeições eram feitas nas estradas – farinha, feijão,ovo e torresmo, tudo misturado – o “feijão-tropeiro” – daí o nome desse famoso prato.
Em nossas paradas nas cidades  havia diversão, sempre o “Deli”, um dos companheiros mais festeiros,arrumava uma “radiola” -  toca- discos daquela época - e juntava muita gente pra dançar e prosear – que é bem semelhante aos passeios a cavalo  que fazemos aqui em Santo Antônio e que chamamos “Cavalgoles” por ser somente pelo prazer de cavalgar, tomar uns goles nas paradas e dançar um  forró.
Bem, assim se passavam os dias até chegarmos em Passos , cidade na divisa de Minas Gerais com São Paulo. Lá encontrávamos os paulistas que iriam comprar os animais e também aceitávamos trocas. Depois das negociações voltávamos, nos divertindo, amansando burros bravos e colecionando histórias pra contar.

Lembro-me dessa viagem como se fosse ontem, naquela época eu tinha 17 anos... É!... Já se passaram 53 anos! (Como o tempo passa rápido!)”

(Texto baseado na entrevista de Altamirano , meu avô)
Laura Ferreira Morais, 7º ano, 2010 



MEU CANTINHO

Taynara - declamando esse poema na Mostra de Leitura
Co – co – ri – có!
Raiou o dia
O galo anuncia
Tá na hora, dona Maria,
De um café quentinho preparar.

Da  lenha nasce a chama
E o fogo baixo inicia sua sina
Pra espantar o frio da manhã
Rodeando o fogão de lenha
Reúne a família e combina.

Cada um procura o que fazer
Nossa vida não é só lazer
Para a natureza nos agraciar
Não dá pra ver apenas o tempo passar.

Enquanto isso o tic tac do relógio
Vai sem parar o tic tac sem fim,
brilha  o sol cada vez mais  alto
O dia também procura o fim.

Chega a hora do almoço
Saco vazio não para em pé
Dizem por aí - é verdade verdadeira
Na qual eu boto fé.

Depois de encher a barriga
É melhor dar uma descansada
Pois ninguém é de ferro.
Ainda vamos pra cidade.

A tarde vem num piscar de olhos
O dia está indo embora...
As contas, a reunião na escola,
Tudo acertado e a correria para.

Vencido mais um dia
O sol já cumpriu sua jornada
E eu, cumpri a minha?
É hora de jantar e bater papo.

Depois desse corre corre
Tudo pára
O tempo esfria
O fogão de lenha me atrai
O fogo aquece a conversa.

Mas é hora de por os olhos na bainha.
O frio aperta,me enrolo e enrosco.
Madrugada,  sono pesado
Belos sonhos...e que sonhos!

E de novo co-co- ri-có...
Novamente mais um dia
Acorda, dona Maria,
E faz um café pra nos esquentar.

E  nessa rotina
Segue a vida desse lugar
e agradeço todos os dias
o poder de desfrutar
desse cantinho especial.
   (Taynara, 6º ano, 2010)



Um comentário:

  1. Que turminha da pesada! Parabéns!!!!!!!!!!!!!!

    Marília Roncalli

    ResponderExcluir